Prefeitura faz “mágica” e some com critério que obrigaria lockdown

“Gean mudou a regra, fraudou o próprio mecanismo que criou para monitorar o Covid-19, fez uma pedalada sanitária”, dispara o vereador Afrânio Boppré (PSOL) a respeito da mudança de parâmetros do Covidômetro, instrumento criado pela Prefeitura no final de abril, que é utilizado para acompanhar a evolução da Pandemia em Florianópolis. A alteração, recebeu uma severa crítica do Conselho Municipal de Saúde, que em Carta Aberta, afirmou ter ficado “estarrecido” ao verificar que, em 16/07/2020, o protocolo tinha sido excluído do site, exatamente no momento em que a situação de Florianópolis passou a ser classificada como de ALTÍSSIMO RISCO, o que exige a decretação de medidas com o maior rigor de restrição.

As medidas previstas anteriormente, quando o protocolo atinge ALTÍSSIMO RISCO, e que desapareceram da ferramenta eram: fechamento de academias e do comércio em geral, inclusive shoppings, suspensão do transporte coletivo, fechamento de hotéis, bares e restaurantes, cancelamento de aulas e eventos. Manutenção apenas dos serviços considerados essenciais. Ou seja, um lockdown para barrar o avanço da Pandemia.

Segundo Afrânio, para justificar a “mágica” de desaparecer as medidas restritivas, a Prefeitura adotou uma desculpa “esfarrapada”: Por conta da proposta de regionalização das ações de distanciamento social. “Demoraram mais de três meses para reunir os prefeitos da Região e agora usam as ações coletivas para evitar de enfrentar o lobby das entidades empresariais”, avalia o Vereador.

Sacos para cadáveres

Em 9 de julho, a Prefeitura abriu pregão eletrônico para a aquisição de 230 sacos de cadáver para armazenar corpos de pessoas com suspeita ou confirmação de morte por covid-19. A medida foi publicada no Diário Oficial do Município. Afrânio que acompanha o DO, fez o questionamento público, chamando a atenção para a gravidade do momento. Desinformado, Gean Loureiro usou as redes sociais para desmentir o Vereador, acusando-o de espalhar pânico. Alertado pela assessoria que de fato existia uma licitação para a aquisição dos produtos, Gean rapidamente apagou o post das redes sociais e, em função da grande repercussão, passou a dizer que era uma compra “normal”.

“Esses episódios, além de outros erros absurdos, mostram como a gestão da crise é temerária e insegura”, analisa Afrânio. Para ele, apesar de todas as evidências de agravamento e alerta de especialistas, Gean preferiu seguir o manual do marketing e submeteu-se às pressões econômicas, desprezando as orientações técnicas. “Chega de empurrar o problema para o Governador, outros prefeitos ou para a população, porque a responsabilidade é do Prefeito de Florianópolis e dele será cobrada”, garante Afrânio.

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