Secretário deixa a desejar em depoimento na CPI do Transporte

O Secretário de Transportes de Florianópolis, Marcelo Roberto da Silva, prestou depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do transporte nesta quinta-feira (04/04). Durante mais de duas horas, o secretário manteve-se na defensiva. Evasivo, por mais de uma vez tentou fugir de questionamentos realizados pelo vereador Afrânio (PSOL).

“Minha avaliação é que ele deixou muito a desejar”, argumentou Afrânio. O parlamentar lamentou que o secretário não soube informar números básicos, como o custo real do sistema.

Ele afirmou “não recordar”, mas comprometeu-se a repassar os dados de maneira detalhada. Apesar disso, Silva afirmou que o sistema arrecada quase R$ 20 milhões mensais, sendo R$ 15 mi em tarifas e R$ 4,5 mi em subsídios da Prefeitura de Florianópolis.

Aprovação relâmpago

Em outra sessão da CPI, membros do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana (Conmurb) admitiram que não sabiam como era feito o cálculo tarifário. Eles também alegaram não ter conhecimento técnico suficiente para avaliar as planilhas de custos. Questionado sobre o fato, o secretário limitou-se a afirmar que a lei permitia que os conselheiros votassem os aumentos.

“A Prefeitura realizou alguma capacitação com os conselheiros? Eles estão tecnicamente capacitados para decidir sobre a tarifa?”, questionou Afrânio. Ao que o secretário respondeu: “Não vou dar minha opinião pessoal”.

O secretário também foi questionado sobre a alteração na composição do Conselho, que ele considerou “normal”, assim como sobre a data de 27 de dezembro, entre o Natal e Ano Novo, para reunir o colegiado.

A CPI investiga o processo licitatório que concedeu a exploração do serviço ao Consórcio Fênix até 2034. O colegiado também apura os aumentos nas tarifas de ônibus.

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Comentários
  • Rafael
    Responder

    Há claros indícios de crime contra a economia popular.
    Que os vereadores desta CPI consigam os desdobramentos necessários para que os responsáveis sejam presos ou punidos conforme suas (ir)responsabilidades e envolvimento. Que seja revisto desde baixo todo o sistema, a fim de tornar todos os dados do transporte públicos. Que seja o fim da “caixa preta” num sistema que envolve milhões de usuários por mês e ainda assim não fornece os serviços a contento, sempre faltando linhas ou ônibus em determinados locais e horários.

    Que tudo se desdobre para as esferas cíveis e criminais. Solicitem apoio do Ministério Público Federal.

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