Secretário/empresário tenta explicar o inexplicável

Convocado pela Câmara de Vereadores para prestar informações a respeito das denúncias anônimas encaminhadas aos vereadores, na semana passada, o Secretário Executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Florianópolis, Doreni Caramori Júnior, foi evasivo e deixou boa parte das perguntas sem uma resposta objetiva. As denúncias levantam suspeitas sobre favorecimento à empresa do Secretário no evento de aniversário da cidade.

A sessão extraordinária com a convocação de Caramori Jr., que também é presidente municipal do DEM, foi realizada no início da tarde desta segunda-feira (10). O Secretário/empresário que recebe um salário de R$ 15,9 mil disse desconhecer sua jornada e até mesmo local de trabalho. “Nem cadeira tenho”, argumentou.

Disse também não ver conflito de interesse em agenciar eventos supostamente privados em paralelo ao exercício da função de agente público. Para ele, não tem nada de estranho acertar um contrato privado com a AmBev e logo depois, com a mesma empresa, já na condição de agente público, negociar a realização de eventos com a chancela da prefeitura, com patrocínios de elevada monta, sem nenhum tipo de concorrência ou licitação.

Atravessador

Caramori Jr., que segundo o próprio atua no ramo de eventos há 14 anos, em diversos momentos insistiu em afirmar sua motivação “social” e “voluntária”, sem qualquer interesse comercial. Não explicou porque levou 14 anos para descobrir essa vocação para o “social” – já que foi a primeira vez que realizou uma atividade exclusivamente com esse propósito. Insistiu também em sustentar que o aniversário da cidade foi um evento de caráter totalmente privado. E a propaganda da prefeitura na TV divulgando os shows? Quem pagou? “Não foi a minha empresa”, defendeu-se comprometendo seriamente o Executivo.

“Para mim ficou claro que trata-se de um atravessador e o exercício desta atividade é incompatível com a função pública”, sustenta Afrânio Boppré, do PSOL. Para Afrânio, a permanência de Caramori Jr. no cargo compromete e envolve diretamente o prefeito Gean. “Sua demissão deve ser imediata e caberá a CPI apurar todas as nuances desta verdadeira negociata que, se não houver reação, tende a se tornar um modelo ilegal para futuros eventos na nossa Cidade”, projeta Afrânio.

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Comentários
  • Emílio César De Oliveira
    Responder

    Seria Muito Bom Refazer A Festa Da Tainha Nesse Mesmo Modelo Do Aniversário De Florianópolis, Será Que O Secretário Topa ?????

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