Em SC, plano A da direita é uma eleição sem adversários

Afrânio Boppré, analisa a conjuntura política em Santa Catarina, em artigo publicado na agência de notícias, Digital ABC. 

Em SC, plano A da direita é uma eleição sem adversários – Nesta fase pré-eleitoral, as candidaturas majoritárias em Santa Catarina ainda não estão plenamente postas e nem tampouco as alianças estão completamente definidas. Mas há um centro gravitacional de articulação: o governismo.

Um determinado setor do PMDB quer dominar a estrutura partidária, mas se depara com imensa dificuldade, pois os laços e vínculos de peemedebistas viciados na máquina do governo são fecundos. São centenas de contratos, cargos, recursos orçamentários e a tradicional prática fisiológica e clientelista, que reproduz eleitoralmente um partido corroído de valores éticos e jogado em escândalos de corrupção – o mais recente é a Operação Fundo do Poço. Este segmento “liderado” por Mauro Mariani e Dário Berger – que de nada tem de progressista – trava uma luta para saber quem domina o Partido. As bases do PMDB dão visíveis sinais de desconforto com este processo de putrefação moral, mas não há saída. A briga entre as cúpulas não reflete o sentimento da
base.

O PSD busca se afirmar como “partido livre de oligarquia” ao convidar os Bornhausen para gentilmente se retirarem da sigla e se alojarem no PSB.

Eles atuam como pretenso núcleo da ‘nova direita’ catarinense, alinhados nacionalmente ao PT.

A já anunciada pré-disposição do governador Raimundo em apoiar a reeleição de Dilma e o seu desespero em compor uma mega-aliança são sinais de que suas pesquisas internas lhe dão pífia avaliação popular com grandes dificuldades para reeditar a vitória no primeiro turno. Em outubro do ano passado, o próprio Ibope constatou que Colombo tem apenas 2% das intenções de voto na capital. O desempenho do governo não lhe garante a reeleição, pelo contrário. A fórmula de alianças espúrias e a qualquer custo, campanha milionária, e marqueteiros contratados por fortunas é a tentativa de encontrar uma boia de salvação para um governo anti-popular, anti-democrático e desmoralizado.

Nada muda para o povo. Essa guerrinha de baixa intensidade, de bastidores e de cúpula não vai muito longe. Em breve estarão realinhados e acomodados pelo Poder. O plano A é uma eleição sem adversários e para isso contam com uma grande mídia
que finge não existir alternativas reais. O plano B para o jogo dos setores dominantes e conservadores é a confortável artificializaçao de uma polarização eleitoral entre PMDB e PSD. Ao cabo, o jogo fica seguro. PSD e PMDB unidos
ou separados, em nada muda para o povo.

Ao PSDB, no momento, está reservado um papel de coadjuvante. O senador Paulo Bauer, no sacrifício, poderá se candidatar ao governo, para garantir ao seu colega de Senado, Aécio Neves, um palanque que, tudo indica, em SC, deverá ter espaço sobrando.

Por sua vez, em Santa Catarina, o PT ainda busca um glamour de esquerda, mas no qual ninguém mais confia. Um partido morno em razão das contradições internas. Nas eleições municipais de 2012, aprovou alianças com todo tipo de partido, uma verdadeira miscelânea. Em 2013, passou por um debate interno que a priori estava dividido entre duas alternativas. De um lado um setor que estadualizou o debate eleitoral em nome de preservar o partido das alianças pragmáticas e eleitoreiras e como resultado não se predispôs a participar do tabuleiro nacional. Defendia candidatura própria e o candidato ao governo do estado era Cláudio Vignatti. De outro lado, um setor que defendia a reeleição de Dilma como projeto prioritário, com alianças estaduais subordinadas ao projeto maior. Ganhou o primeiro round aqueles que estadualizaram o debate. Caso vingue, tudo indica que Vignatti tende a ser “cristianizado”. Parte do PT esvaziará uma eventual candidatura de Vignatti, principalmente se o cenário nacional apontar segundo turno para Dilma.

Alternativa de verdade – Nesse contexto, o PSOL é a alternativa para combater a velha política. É o partido capaz de fazer valer a energia que mobilizou o Brasil no mês de junho.Somos um partido independente, nosso compromisso é de mudança em Santa Catarina e no Brasil. Teremos candidatura própria para a Presidência do Brasil e para o Governo do Estado.

Em nível nacional temos como pré-candidato o senador Randolfe Rodrigues. Para o governo do estado, meu nome está à disposição. Uma decisão definitiva deve ser tomada no dia 16 de março, durante uma Conferência Eleitoral do PSOL. O importante é pensar um projeto para Santa Catarina.

O mundo está em crise, uma crise de crescimento. O modelo de produção e consumo tem que ser radicalmente reformulado. Precisamos de um governador disposto a sair da mesmice. Liderar um novo patamar de desenvolvimento responsável com o meio ambiente e com o futuro da humanidade. O PSOL tem uma concepção de mundo diferente e por esta razão não se vende e nem se rende.

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