Audiência pública discute merenda escolar vegetariana

“Da mesma forma que o Estado é laico, ele não pode decidir a dieta de uma família”, afirma o vereador Afrânio Boppré, autor do projeto de lei 15203/2013, que propõe a criação de um cardápio opcional ser carne para os alunos da rede municipal. De acordo com o PL, a Rede Municipal de Ensino deverá atender aos alunos cujos pais ou responsáveis requisitarem cardápio vegetariano à direção da escola. A Comissão da Saúde promoveu uma audiência pública sobre o tema na tarde de ontem (7/8), no Plenarinho da Câmara Municipal.

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Sônia Teresinha Felipe, professora de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e ativista na defesa dos animais defende uma dieta estritamente vegetal. E afirma que o projeto de lei deve ser alterado para merenda vegana, baseada em alimentos sem origem animal. Ela explicou que a dieta vegetariana não terá custos a mais para o poder público, já que arroz, feijão, legumes e saladas já fazem parte do cardápio das escolas municipais. O que mudaria seriam os pratos adaptados ou criados para os estudantes vegetarianos.

A nutricionista da prefeitura, Thaisa Santos Navolar é vegetariana há 15 anos e está à frente do projeto Grupo Vegetarianos, no Sistema Único de Saúde. A iniciativa promove o esclarecimento para profissionais sobre a adequação nutricional dos que não comem carne. De acordo com ela, os nutricionistas do município não se opuseram ao projeto de lei. Thaisa citou exemplos de restaurantes universitários que adotaram opção vegetariana, como a Universidade Federal do Paraná e a Universidade de Brasília.

Elson Manoel Pereira, professor de Planejamento Urbano da UFSC, acredita que o trabalho da prefeitura e o projeto de lei podem se complementar. Ele ressalta que os direitos dos vegetarianos não podem depender da sensibilidade dos governantes, mas ser um direito garantido em lei.

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