Justiça manda instalar CPI do Aniversário da cidade
O juiz Laudenir Fernando Petroncini, da 3ª Vara da Fazenda Pública de Florianópolis, determinou que a Câmara de Vereadores instale, em até 10 dias, a chamada CPI do Aniversário da Cidade. A decisão é uma derrota para o presidente da Câmara, Guilherme Pereira (PR), e para o prefeito Gean Loureiro (PMDB). Em abril, a bancada de oposição conseguiu as assinaturas para abrir a investigação. Mesmo assim, Pereira decidiu arquivar a CPI de maneira irregular.
O mandado de segurança foi proposto pelo vereador Afrânio Boppré (PSOL) e outros cinco parlamentares. O objetivo é investigar repasses da iniciativa privada para a organização da festa de aniversário da cidade, organizada pela prefeitura de Florianópolis em 23 de março.
Entenda o caso
A CPI nasceu de uma denúncia anônima, enviada aos vereadores da capital. O documento acusava a Prefeitura de estabelecer “relações promíscuas” com empresários durante eventos oficiais, como o Carnaval e o Aniversário da Cidade.
O empresário Doreni Caramori Júnior, na época, Secretário Executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Florianópolis, é sócio da empresa que realizou as festividades na capital. Ele também é presidente do DEM.
Segundo a denúncia, Caramori estaria usando da condição de secretário para agenciar patrocínios para eventos realizados pela sua empresa. O caso ficou mais complicado, quando a Prefeitura pagou publicidade do evento – supostamente privado – na televisão.
Convocado pela Câmara de Vereadores para se explicar, Caramori foi evasivo e deixou boa parte das perguntas sem resposta. Dias depois, pediu exoneração do cargo.
“Para mim ficou claro que trata-se de um atravessador e o exercício desta atividade é incompatível com a função pública”, sustenta Afrânio Boppré, do PSOL. Para Afrânio, a permanência de Caramori Jr. no cargo compromete e envolve diretamente o prefeito Gean.
Assista: vereador Afrânio questiona Doreni Caramori Júnior