Pego na mentira: dívida de R$ 100 milhões não tem relação com financiamento anterior
“É dívida nova, não tem relação nenhuma com financiamentos anteriores e esse papo de economia e juros mais baixos é conversa fiada do prefeito Gean Loureiro, que mentiu para a população e induziu à maioria da Câmara ao erro”, disparou o vereador Afrânio Boppré a respeito da aprovação pela Câmara de Florianópolis, na quinta-feira passada (2), de dois projetos de financiamentos, num total de R$ 100 milhões.
O dinheiro é para obras de infraestrutura. Em documento da Prefeitura, anexado aos projetos votados pela Câmara, o secretário adjunto de Infraestrutura da PMF, Marco Medeiros Jr., informa que os R$ 80 milhões financiados junto à Caixa Econômica serão empregados na Operação Asfaltaço.
A forma de encaminhamento das matérias e o destino dos recursos receberam uma forte oposição de vários vereadores. Para eles, o momento é de concentrar toda a atenção e recursos na prevenção e no combate da pandemia causada pelo Coronavírus-19.
Incomodado com o movimento da oposição, o Prefeito impulsionou um vídeo nas redes sociais com uma resposta oficial. No vídeo, Gean assegura: “Nós apresentamos, antes do problema do Coronavírus, um Projeto de Lei que previa a substituição de um financiamento de 140 milhões por um de 100 milhões, com juros mais baratos para a Prefeitura”.
Em 2015, a PMF assinou Termo de Compromisso com o Governo Federal para usar recursos do PAC. Duas obras seriam beneficiadas: Anel Viário e Teleférico, com valor total dos contratos de R$ 142 milhões. A obra do Teleférico não foi assumida. No caso do Anel Viário, a PMF não cumpriu com o cronograma. Por isso, após três anos, a Caixa rescindiu o contrato e nunca enviou o recurso (Diário Oficial de 28/2/2019).
“Gean está comparando a nova dívida de R$ 100 milhões, para obras diferentes, com um outro financiamento que não existe, com o qual a Cidade não tem nenhuma obrigação e que foi extinto pela Caixa há mais de um ano, por causa da incompetência dele”, aponta Afrânio. O Parlamentar tem toda a documentação em mãos, mas não pode mostrar nem na Comissão de Justiça e nem na Sessão de quinta passada, em função do rito estabelecido pela Mesa Diretora. “O Presidente atropelou o Regimento, na pressa de aprovar o novo endividamento e colaborar na pavimentação do projeto de reeleição do Prefeito”, acusa Afrânio.
O vereador é a favor que a Prefeitura, desde que cumpra as normas legais, busque financiamentos para viabilizar seus projetos. Nesse caso, questiona a oportunidade. “Já apresentei projetos de lei e vou propor mais iniciativas para apoiar a prevenção e o combate à epidemia e acredito que este deva ser o foco, a principal motivação, de todos nós”, afirma Afrânio. “Insisto no tema da dívida dos R$ 100 milhões, para garantir a informação correta à população e porque não é lícito enganar, mentir, ludibriar e foi, nesse caso, exatamente isso que fez o Prefeito”, conclui o Vereador do PSOL.