Dia 7 de setembro, estudantes vão às ruas pela educação e Amazônia
A União Nacional dos Estudantes (UNE) anunciou atos por todo o Brasil no próximo dia 7 de setembro. Os protestos são contra as queimadas na Amazônia, contra os cortes na educação e o “Future-se”. Em Florianópolis, a mobilização inclui ainda reivindicações em defesa da UFSC, que pode fechar as portas ainda neste semestre. O movimento pede aos participantes que, neste dia da independência, os manifestantes usem preto. A concentração será às 8h30, em frente à Catedral, no Centro.
Além do preto, os estudantes também prometem caras-pintadas, para fazer lembrar o movimento ocorrido em 1992, quando o então presidente Fernando Collor de Mello conclamou “todo o Brasil” a usar as cores da bandeira em apoio ao seu governo, fustigado por denúncias de corrupção. Em diversas cidades do país, a população saiu de preto naquele domingo de 13 de agosto, impulsionando o processo de impeachment que retiraria Collor da presidência naquele mesmo ano. O próprio Bolsonaro fez menção ao evento histórico. “Eu lembro lá atrás que um presidente disse isso e se deu mal. Mas não é o nosso caso.”
Até o momento, já estão confirmados protestos em 23 cidades e capitais nas cinco regiões do país. Pela redes sociais, os estudantes se mobilizam em torno da hashtag #Dia7EuVouDePreto.
Future-se na mira
A UNE e outras 186 entidades estudantis, entre DCEs, Centros Acadêmicos e Uniões Estaduais dos Estudantes, assinam um manifesto contrário ao programa ”Future-se”, anunciado pelo MEC no último dia 17 de julho. O documento ressalta a importância da autonomia das universidades federais, assim como sua independência do setor privado. Para os estudantes, o programa vai na contramão dos anseios e necessidades da educação pública brasileira, diminuindo a responsabilidade do financiamento público e sem nenhuma consulta prévia à comunidade acadêmica.
Em Florianópolis, o Conselho Universitário da UFSC rejeitou por unanimidade a adesão ao programa, após grandes mobilizações de estudantes, servidores técnicos e professores. A comunidade acadêmica promete ir em peso ao protesto deste dia 7 de setembro.