Diretório Nacional do PSOL convoca militância para intensificar a luta contra o golpe e construir o Ocupa Brasília
Ampliar a ofensiva contra o golpe e construir uma alternativa em 2018. Esse é o chamado do Diretório Nacional do PSOL, conforme resolução política aprovada em reunião realizada no último final de semana (06 e 07/05), em São Paulo.
A avaliação da conjuntura foi o mote central para chegar à convocação de sua militância, frente aos ataques em andamento aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários da população, desferidos pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Na avaliação dos dirigentes nacionais do partido, o momento exige forte unidade da esquerda, movimentos sociais e organizações de trabalhadores para conseguir derrotar a política de ajuste fiscal, que vem sendo implementada desde o governo de Dilma Rousseff, mas amplamente aprofundada pelo atual governo, após o golpe institucional de abril e maio do ano passado.
“Ao chegar à Presidência da República, Temer aprofunda a política econômica recessiva de Dilma, buscando utilizar a crise como pretexto para fazer a reforma conservadora do Estado. A recessão cumpre o papel de frustrar as receitas fiscais da União, aumentando o déficit e o desemprego, dando ao governo o discurso de que só a reforma do Estado, desmontando direitos sociais conquistados na Constituição Federal de 1988, pode recuperar a economia”, afirma importante trecho da resolução.
O cenário de crise é reforçado, ainda, pela agenda de privatizações de empresas públicas imposta aos estados em crise, bem como o aprofundamento da recessão e do desemprego, associado aos salários atrasados em vários estados e municípios.
Mas, na avaliação do partido, as diversas categorias de trabalhadores, insatisfeitas com as medidas adotadas pelo Palácio do Planalto e seus aliados no Congresso Nacional, têm tomado as rédeas da luta para mostrar que não aceitarão a retirada de seus direitos históricos.
“As classes trabalhadoras começam a ocupar as ruas resistindo às contra-reformas de Temer e ao desmonte dos direitos previdenciários e trabalhistas inscritos na Constituição de 1988 e na CLT. A ação unitária das centrais sindicais e dos movimentos populares – com destaque para o papel da Frente Povo Sem Medo – bem como dos partidos da oposição a Temer, passando por cima de suas diferenças, possibilitaram a realização da maior greve geral em mais de duas décadas. A crescente percepção por parte dos trabalhadores das consequências destas reformas para as suas vidas começa a incidir sobre a base parlamentar do governo e compromete o andamento da agenda de Temer”.
Para o próximo período, a direção do partido entende que é urgente a construção de uma alternativa programática, que seja capaz de dialogar com os anseios da população constantemente ameaçada, dotando o PSOL de propostas concretas para enfrentar a crise.
Unidade
“Acreditamos que, aprofundando o debate sobre essas medidas e apoiando as iniciativas unitárias construídas pelas centrais sindicais, mantendo a combatividade de nossa atuação parlamentar e fortalecendo a ação unitária contra as reformas de Temer, ainda que preservando nossa independência política frente a outros partidos, daremos passos firmes para seguir fazendo do PSOL o mais importante abrigo dos lutadores sociais brasileiros e uma alternativa eleitoral concreta para os setores progressistas que querem a transformação social em nosso país e buscam um nome que expresse a mudança em 2018”, finaliza o texto.
O presidente nacional do PSOL, Luiz Araújo, avaliando os resultados da reunião do Diretório Nacional, destaca que o centro da luta deve ser unir todos os que lutam para barrar as contrarreformas do ilegitimo governo Temer. “A greve geral de 28 de abril mostrou que é possível vencer. Toda militância do partido estará engajada no fortalecimento das mobilizações unitárias contra reformas. Trabalharemos para que nova greve geral aconteça”, explica.
Em relação às eleições de 2018, Araújo ressalta que o partido apresentará candidatura própria para o pleito presidencial e que isso pressupõe a construção de um programa que apresente mudanças radicais e que mudem a vida dos trabalhadores e demais excluídos. “É prioridade impedir a consolidação dos ataques à liberdade partidária, especialmente a tentativa de aprovar a cláusula de barreira. Resistiremos. A construção do programa de mudanças será participativa e em diálogo com os movimentos sociais”.
Leia a resolução: Ampliar a ofensiva contra o golpe e construir uma alternativa em 2018.