PSOL segue na luta pela democracia
Em reunião no último dia 18, a Executiva Nacional do PSOL promoveu um amplo debate sobre os desdobramentos da aprovação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no último (17), pela Câmara dos Deputados. Os dirigentes nacionais do partido discutiram o resultado do processo conduzido por Eduardo Cunha (PMDB-SP), presidente da Câmara e reconhecido prelo Supremo Tribunal Federal como réu na Operação Lava Jato; pelo vice-presidente da República, Michel Temer; e por seus fieis aliados, como Paulinho da Força (SD-SP), Jair Bolsonaro (PSC-RJ), Aécio Neves (PSDB-MG) e tantos outros porta-vozes da escalada conservadora no Congresso Nacional. Eles também consideraram a destacada atuação combativa da bancada do partido na Câmara, que denunciaram a farsa em curso, já que o processo aprovado na Câmara tem vícios de origem e pouca ou nenhuma consistência jurídica, além de significar um retrocesso político. “A bancada do PSOL votou unida contra o golpe parlamentar: Ivan Valente, Chico Alencar, Glauber Braga, Jean Wyllys, Edmilson Rodrigues e Luiza Erundina representaram os anseios dos setores democráticos e progressistas que não aceitam as saídas conservadoras representadas pelo impeachment”, afirma resolução aprovada pela Executiva Nacional, ao final da reunião.
O PSOL avalia, ainda, que o resultado da votação na Câmara representa um ataque à democracia brasileira e à vontade popular. E reafirma a disposição de sua militância a continuar mobilizada nas ruas, para barrar o golpe institucional que ainda será analisado no Senado Federal. “Nosso engajamento continua nas ruas. Apoiaremos a mobilização da Frente Povo Sem Medo para pressionar o Senado Federal contra a consumação do golpe parlamentar iniciado pela Câmara dos Deputados. Não veremos qualquer legitimidade num eventual governo Michel Temer, que afrontaria a soberania popular e o resultado das urnas”.
O partido também reafirma o seu entendimento de que a superação da crise atual só será possível com saídas à esquerda. Confira, abaixo, o texto completo da resolução.
Nota Pública
PSOL segue na luta pela democracia
A democracia brasileira e a vontade popular foram atacadas neste domingo. Conduzido por um réu do Supremo Tribunal Federal (STF) e urdido por um vice-presidente que conspira contra a legalidade, o processo de impeachment aprovado pela Câmara dos Deputados é ilegal – por não se basear em crime de responsabilidade comprovado – e ilegítimo – por ser liderado pelo corrupto Eduardo Cunha. Por essa razão, a bancada do PSOL votou unida contra o golpe parlamentar: Ivan Valente, Chico Alencar, Glauber Braga, Jean Wyllys, Edmilson Rodrigues e Luiza Erundina representaram os anseios dos setores democráticos e progressistas que não aceitam as saídas conservadoras representadas pelo impeachment.
Como oposição de esquerda ao governo Dilma, deixamos claro ao longo de todo o processo na Câmara dos Deputados que nosso engajamento na luta contra o golpe parlamentar não significava apoio à agenda conservadora do governo liderado pelo PT. Como repetido exaustivamente por nossos parlamentares, nossa luta é pela democracia.
Nosso engajamento continua nas ruas. Apoiaremos a mobilização da Frente Povo Sem Medo para pressionar o Senado Federal contra a consumação do golpe parlamentar iniciado pela Câmara dos Deputados. Não veremos qualquer legitimidade num eventual governo Michel Temer, que afrontaria a soberania popular e o resultado das urnas.
Buscaremos constituir uma alternativa para a atual crise política e econômica através de um programa de reformas populares e em diálogo com os lutadores sociais que estão nas ruas em defesa da democracia e da manutenção dos direitos sociais. Esse é o compromisso do PSOL: reconstruir um projeto de esquerda para o Brasil.
Executiva Nacional do PSOL
Brasília, 18 de abril de 2016