Um ano sem Plínio
Militante há mais de cinco décadas, Plínio iniciou sua atuação política na Juventude Universitária Católica. Graduado em Direito pela Universidade de São Paulo, foi promotor público.
Além de integrante da direção nacional do PSOL, foi também candidato ao Governo de São Paulo, em 2006, e à Presidência da República, em 2010. Nesse penúltimo pleito presidencial, cumpriu com garra e determinação a tarefa de apresentar o programa socialista do PSOL à população brasileira.
“Um exemplo de coerência e compromisso com os oprimidos, Plínio foi uma importante referência para várias gerações de militantes políticos e ativistas sociais, que lutaram e continuam a lutar por um Brasil mais democrático e mais justo. Mesmo aos oitenta anos, deu uma impressionante prova de juventude e vitalidade intelectual, com uma atuação aguerrida nas redes sociais, onde debatia diariamente sobre política e religião com seus mais de 83 mil seguidores no Twitter. Seu legado e sua experiência de vida constrói uma referência profundamente ética e humanista, pilares da construção de uma sociedade socialista”, lembrou Ivan.
Confira abaixo a íntegra do pronunciamento do deputado do PSOL.
Um ano sem Plínio (1930 – 2014)
Sr. Presidente, senhoras e senhores deputados,
No dia 8 de julho de 2014, faleceu nosso grande e querido companheiro Plínio de Arruda Sampaio, aos 83 anos de vida. Neste primeiro aniversário de sua partida, queremos novamente render homenagem a este grande brasileiro, que dedicou a maior parte de sua existência à luta pela democracia, a igualdade e o socialismo.
Plínio iniciou sua militância na Juventude Universitária Católica. Em 1950, assumiu a função de subchefe da Casa Civil do então governador de São Paulo, Carvalho Pinto. Foi eleito pela primeira vez para a Câmara dos Deputados em 1962, pelo extinto Partido Democrata Cristão (PDC). Ao longo da carreira política, ele exerceu três mandatos como deputado federal.
Na Câmara dos Deputados, Plínio presenciou a sessão que depôs o presidente João Goulart, em 2 de abril de 1964, quando foi consagrado o golpe de estado e início da ditadura militar no Brasil. No mesmo ano, foi cassado pelo Ato Institucional nº 1 e teve que partir para o exílio. Durante o regime militar (1964-1985), Plínio de Arruda Sampaio viveu no Chile e nos Estados Unidos. Retornou ao Brasil em 1976, no início do processo de abertura política. Em 1986, Plínio Sampaio foi eleito pelo PT para a Assembleia Geral Constituinte. Durante a elaboração da atual Constituição, ele defendeu um modelo de reforma agrária que previa o fim dos latifúndios.
Plínio ingressou no PSOL em 2005 e foi candidato do partido ao governo de São Paulo em 2006 e a Presidência da República em 2010, quando representou um importante contraponto aos velhos partidos e a velha política, apresentando propostas de mudanças estruturais para o país, como a realização da reforma agrária e a distribuição de renda com objetivo de combater a extrema desigualdade social.
Um exemplo de coerência e compromisso com os oprimidos, Plínio foi uma importante referência para várias gerações de militantes políticos e ativistas sociais, que lutaram e continuam a lutar por um Brasil mais democrático e mais justo. Mesmo aos oitenta anos, deu uma impressionante prova de juventude e vitalidade intelectual, com uma atuação aguerrida nas redes sociais, onde debatia diariamente sobre política e religião com seus mais de 83 mil seguidores no Twitter. Seu legado e sua experiência de vida constrói uma referência profundamente ética e humanista, pilares da construção de uma sociedade socialista.
Se estivesse entre nós, neste momento em que nosso país vive a ameaça do retrocesso e do conservadorismo, Plínio certamente seria uma voz ativa a nos encorajar, um estímulo a não desistirmos de nossos sonhos e a termos coragem e ousadia para lutar por justiça, igualdade e toda a forma de preconceito. É esta inspiração que guardaremos para sempre do saudoso e querido Plínio de Arruda Sampaio.
Plínio, presente. Venceremos!
Muito obrigado,
Ivan Valente – Deputado Federal do PSOL/SP
Câmara dos Deputados, Brasília, 08 de julho de 2015.