Em reforma contra a política, Cunha e aliados querem calar o PSOL

A democracia brasileira foi mais uma vez atacada por seus representantes eleitos. Já no fim do primeiro semestre legislativo de 2015, a Câmara dos Deputados, sob a liderança do presidente golpista Eduardo Cunha (PMDB/RJ), aprovou o projeto conhecido como “minirreforma eleitoral”, que junta diversas propostas em tramitação, com um resultado nefasto para a pluralidade nas eleições parlamentares no Brasil.

O projeto aprovado contém três grandes ataques ao PSOL e à democracia: tira a obrigatoriedade de emissoras convocarem para os debates partidos com menos de dez deputados federais eleitos; aumenta o teto de doação empresarial de campanhas para R$20 milhões por empresa; e diminui drasticamente o tempo de TV para os partidos pequenos – o PSOL, por exemplo, terá sua propaganda eleitoral limitada a cerca de dez segundos por programa.

Mesmo com grandes mobilizações dos movimentos sociais pela aprovação de uma Reforma Política que limitasse a influência do poder econômico e democratizasse o processo eleitoral, a Câmara marchou para o lado inverso.

Para o presidente nacional do PSOL e professor da Universidade de Brasília (UnB), Luiz Araújo, a aprovação do projeto é um grave ataque ao processo eleitoral brasileiro. “Essa contrarreforma visa tirar a força do PSOL porque nós apresentamos saídas diferentes nas eleições: com mais direitos e à esquerda”, afirma. “Calar o PSOL é tirar a voz da luta pelos direitos das mulheres, negros, LGBTs, pela Reforma Política, contra o ajuste fiscal e por mais recursos para áreas sociais”.

A ex-candidata à Presidência pelo partido, Luciana Genro, afirma que o PSOL vai estar mobilizado contra a reforma antidemocrática do “todo-poderoso” Eduardo Cunha e de seus aliados. “Queremos colocar essa pauta na agenda da juventude que tem ido às ruas e mobilizado por direitos. Essa reforma antidemocrática atinge especialmente o PSOL, que se consolida como o principal partido alternativo para mudar o sistema político. Estamos convocando a militância a se envolver no combate ao projeto que tira o PSOL dos debates, mesmo onde temos consolidado um apoio maior entre o eleitorado, casos de Rio de Janeiro, Belém, Porto Alegre, entre outras capitais”.

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