E a luta persiste

Primeira audiência pública sobre a Ocupação Amarildo de Souza irá acontecer nesta sexta-feira (7/02)

O conflito agrário entre moradores da Ocupação Amarildo de Souza e a empresa Florianópolis Golf Club será discutido em audiência pública, na próxima sexta-feira (7/02), no Fórum do Estado de Santa Catarina, às 13h. Para as mais de 700 famílias que ocupam um pedaço de terra nas margens da Rod. SC 401, a mobilização começará cedo, às 09h na frente do Koxixos, bar situado na Beira Mar Norte. Os ocupantes irão caminhar até a Praça da Bandeira para aguardar o começo da audiência.

O Partido Socialismo e Liberdade (Psol) apoia a causa. Até o momento foram entregues cestas básicas, águas e auxílio financeiro. Muito além do suporte físico, o partido considera legítima a luta por melhores condições de vida através da reforma agrária.

Quem são os ocupantes?

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Em dezembro de 2013, 60 famílias ocuparam o local. Hoje são mais de 700 que lutam por teto, trabalho e terra

As famílias ocupam uma área aproximada de 600 hectares, ou seja, de 1200 campos de futebol. Eles lutam por terra, trabalho e teto, e tem como objetivo a reforma agrária coletiva. De acordo com o Secretário Geral da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SC, Doutor Alexandre Botelho, os ocupantes “são pessoas dignas, honradas, dedicadas ao trabalho e que lutam pela implementação e reconhecimento de seus direitos”. Os moradores propõem, por meio da atividade cooperativa, a criação um cinturão verde para a região, com a produção de verduras, hortaliças, que atenderiam às necessidades das famílias e poderiam abastecer o comércio local.

Terras públicas griladas?

A Constituição Brasileira garante que a terra que não cumpre a função social, ou seja, não produz e não abriga famílias, pode e deve ser ocupada e desapropriada. No entanto, inúmeras foram as críticas em relação à ocupação da área. Os legalistas afirmam que, se a terra tem dono, então, é errado ocupar o local. No entanto, não está claro para o Ministério Público Federal e para o Ministério Público do Estado de Santa Catarina quem é o proprietário da área. A questão ganhou contornos nebulosos quando, o suposto proprietário, Artêmio Paludo, entregou cinco escrituras públicas demonstrando que é dono de apenas 9,8 hectares (1% da área). Não há informação confirmada sobre quem seja o proprietário dos 890,2 hectares restantes.

Serviço

O quê: Audiência Pública sobre Ocupação Amarildo de Souza

Quando: Sexta-feira, 7/02, às 13h

Onde: Fórum do Estado de Santa Catarina

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