Mar catarinense já esteve em melhores condições
Levantamento mostra que o Estado está entre os intermediários na preservação da diversidade da vida aquática do litoral
Um panorama da vida marinha brasileira elaborado por pesquisadores de todo o país será apresentado ao longo desta semana, em Florianópolis. Os trabalhos da Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha (Sisbiota-Mar) capitaneados pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) serão apresentados no Congresso Brasileiro de Biologia Marinha até o próximo dia 23. No último final de semana, reuniões apontaram algumas conclusões e identificaram que o mar catarinense já esteve melhor em diversidade de espécies.
A Sisbiota-Mar reúne projetos de pesquisadores com o objetivo de se elaborar um panorama inédito e integrado dos seres que vivem no mar do litoral do país. Expedições evidenciaram regiões que ainda apresentam as mesmas formações de corais registradas na década de 1960 e outras que exigem mais cuidados. O professor do Departamento de Zoologia e Ecologia da UFSC, Sergio Floeter, considera que, no levantamento geral, Santa Catarina está entre as intermediárias em preservação. Mas o cenário já foi melhor, complementa o professor Alberto Lindner, do mesmo departamento da UFSC:
– Registros da década de 1960 apontam que, em um dia, se pegou três meros e dois tubarões magona na Ilha da Galé (que integra a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo – Rebios). Hoje, eles são encontrados longe da costa ou somente em mar aberto.
Arvoredo ainda se destaca pela quantidade de peixes
A pesca e a poluição são os principais motivos apontados para o desaparecimento dessas espécies maiores em praticamente toda a costa do país, por terem atingido peixes menores que serviam de fontes de alimento.
As duas Rebios do país, a de Atol das Rocas (RN) e a do Arvoredo, entre Bombinhas e Florianópolis, em comparação com outras áreas brasileiras, ainda se destacam em quantidade de peixes. Segundo levantamento, apenas 2% dos 3,6 milhões de quilômetros quadrados de mar do país estão em área marinha protegida. Destes, só 0,14% é de proteção integral.
Fonte: Diário Catarinense – GABRIELLE BITTELBRUN – 19/05/2013