Militantes do PSOL vão à Congresso do Partido de Esquerda francês
O 3º Congresso do Parti de Gauche, partido da esquerda revolucionária da França, promoveu um debate político e ideológico entre congressistas e palestrantes entre os dias 22 e 24 de março em Bordeaux.
O evento, que tinha como slogan “On Lâche Rien !” (Estamos na luta!, em tradução livre), contou com 60 delegações internacionais, dentre elas o Brasil, que foi representado pelo vereador Afrânio Boppré (PSOL/SC) e Milton Temer, ex-deputado estadual e federal pelo Rio de Janeiro e um dos fundadores do PSOL. Também estavam presentes representantes políticos franceses como Pierre Laurent, Christian Picquet e Jean-Luc Mélenchon; responsáveis sindicais e dirigentes associativos. Cerca de 800 pessoas discutiram temas como ecossocialismo, revolução cidadã e a solidariedade com as lutas francesas e estrangeiras.
Foram debatidas as violações de direitos humanos no âmbito internacional. “O ocidente utiliza o Oriente Próximo e o Oriente Médio como seus principais laboratórios”, afirmam militantes em debate. O direito internacional deve ser respeitado, incluindo Israel, que deve aplicar as resoluções da ONU e reconhecer o direito dos Palestinos a um estado ao lado do seu. O partido é contra as multinacionais francesas que participam da colonização do estado Palestino e demonstra apoio aos povos que lutam por sua emancipação. Para o Parti de Gauche, é necessária a garantia das eleições para que surjam espaços políticos onde o debate democrático prevaleça sobre a força, notadamente na Síria. A transição política no país, passando por eleições controladas pela ONU, deve se realizar imediatamente.
Jean-Luc Mélechon, co-presidente do Parti de Gauche e candidato à presidência da França em 2012, debateu na abertura do evento. O político falou sobre o ecossoacialismo e o Fórum Mundial da Revolução Cidadã. Do ponto de vista ecológico, ele defende a necessidade de combater o consumismo, a produção do capitalismo predador.
Revolução Cidadã
O segundo tema abordado pelo militante socialista foi a Revolucão Cidadã. Uma iniciativa que deve promover um coletivo que se proponha a realizar aquilo que o Fórum Mundial Social, por conta da hegemonia das ONGs e da proibição de partidos políticos, nunca executou: ação internacionalista contra o grande capital e de solidariedade aos povos que lutam contra a ação agressiva do imperialismo. Dessa forma, deve se formar um grupo composto de partidos de esquerda, personalidades e movimentos sociais que acreditam na batalha por outro mundo, uma sociedade mais justa social e politicamente. Fundado na mobilização permanente do povo trabalhador através de plebiscitos e referendos com poder de avaliação permanente.