Usuários de ônibus fecham Terminal Central de Florianópolis
Lotação dos veículos e linhas apenas a cada meia foram o estopim para o protesto
Cerca de 50 pessoas participaram do manifesto contra os horários durante os atentados em SC
Foto: Cristiano Estrela / Agencia RBS
Via ClicRBS
Gisele Krama
Uma manifestação que fechou a entrada e saída dos ônibus da plataforma B do Terminal Central de Florianópolis, na noite desta segunda-feira, marcou o primeiro desabafo dos usuários por causa dos problemas com as linhas das últimas semanas. Desde que começou o trajeto com escoltas, ir de um lado a outro da cidade à noite não é uma tarefa fácil.
Os veículos saíram do Centro apenas a cada meia hora, sempre lotados. As plataformas também estavam cheias. O funcionário público Luiz Carlos Duchele dos Santos, 34 anos, tentou passar pelo meio da multidão para conseguir pegar uma condução. Quando chegou no transporte que ia para Capoeiras descobriu, às 19h, que não tinha acesso para cadeirantes e que só haveria outro ônibus às 20h, mas sem garantia de que também fosse adaptado.
Inconformado, Luiz Carlos começou um protesto que reuniu no começo mais de 100 pessoas. Aos poucos, os usuários com medo de perder os escassos ônibus foram embora. O cadeirante acabou preso pela Polícia Militar e só foi solto depois das 20h30.
—Acho que a manifestação foi para avisar que a gente cansou de ser refém dos criminosos e do Estado—, lamenta.
A justificativa da Secretaria de Transportes para o problema foi um erro de cálculo. Segundo o secretário adjunto, Adriano Mafra, o plano disponibilizar ônibus assim que tivesse demanda. Mas no meio do horário reduzido faltaram policiais militares para fazer a escolta.
—Foi no momento da troca de turno. Vamos nos reunir de novo com a polícia para ver onde falhou—, explica.
Enquanto ainda há discussões para tentar minimizar os problemas, usuários do transporte coletivo, como a estudante Karen Cristine Coutinho, 28, estão tendo que mudar a rotina. Na semana passada ela deixou de ir para faculdade e nesta também não poderá assistir as aulas por falta de ônibus e de informação. Ela achava que haveria linhas até as 23h, mas a condução que precisa pagar circula apenas até as 20h.
